A natureza (2)
A ideia de que "o que é natural é bom", ou "é bom porque é natural", instalou-se como uma das mais curiosas e persistentes manias do nosso tempo.
Não querendo desdenhar dos méritos de tanto naturista que por aí anda, ainda assim me alarmo perante a insensatez de quantos com responsabilidades no pensar surgem também aos pulinhos de entusiasmo pretendendo extrair da natureza as normas para o viver dos humanos, ou para a organização das sociedades humanas.
E não é da natureza humana que se trata. O que há de especificamente humano, o que há de irredutível no humano, não cabem nesses entusiasmos embevecidos perante a natureza.
Pode ignorar-se que a hominização é, em síntese, o processo pelo qual o humano se destaca e distingue dessa natureza? Podem conceber-se a cultura e a civilização senão como luta permanente para superar essa natureza animal?
Aos devotos desse naturalismo tosco e ingénuo, a roçar o materialismo biológico, como seria o caso de MST se pensasse nisso, não vale a pena dirigir profundas reflexões sobre a impossibilidade de extrair das "leis da natureza" as normas que exprimam o nosso dever-ser.
Basta recordar-lhes que natural é sujar o rabo; e limpá-lo já é um gesto adquirido, um artificialismo fruto da civilização e da cultura, mesmo que primitivas. Que medite MST quando for à retrete sobre o "valor" que pode retirar dessa "lei da natureza", que determina que o suje, e o "desvalor" do imperativo, nada natural, que lhe manda limpar o cu.
Não querendo desdenhar dos méritos de tanto naturista que por aí anda, ainda assim me alarmo perante a insensatez de quantos com responsabilidades no pensar surgem também aos pulinhos de entusiasmo pretendendo extrair da natureza as normas para o viver dos humanos, ou para a organização das sociedades humanas.
E não é da natureza humana que se trata. O que há de especificamente humano, o que há de irredutível no humano, não cabem nesses entusiasmos embevecidos perante a natureza.
Pode ignorar-se que a hominização é, em síntese, o processo pelo qual o humano se destaca e distingue dessa natureza? Podem conceber-se a cultura e a civilização senão como luta permanente para superar essa natureza animal?
Aos devotos desse naturalismo tosco e ingénuo, a roçar o materialismo biológico, como seria o caso de MST se pensasse nisso, não vale a pena dirigir profundas reflexões sobre a impossibilidade de extrair das "leis da natureza" as normas que exprimam o nosso dever-ser.
Basta recordar-lhes que natural é sujar o rabo; e limpá-lo já é um gesto adquirido, um artificialismo fruto da civilização e da cultura, mesmo que primitivas. Que medite MST quando for à retrete sobre o "valor" que pode retirar dessa "lei da natureza", que determina que o suje, e o "desvalor" do imperativo, nada natural, que lhe manda limpar o cu.
5 Comments:
Este era o último argumento que faltava ouvir a favor do aborto! Se não fosse em si já uma contradição, diria que a ideia está de acordo com a besta que a teve. Enfim, mais uma besta sadia (neste caso nem muito) com a teoria do "o que é natural é bom!". Bem desmontado e com a mais valia do bom humor.
Caramba! O Manuel arrumou o estouvado rapazola que nasceu para a vida pública no MRPP (pobres antepassados, está tudo dito) em duas penadas. Bravo!
Bem concluído! Um remate ao ângulo, sem defesa.
O Arsénio é um produto natural e mata
Caro Manuel
Não arrase o rapaz Sousa Tavares que está inocente. A ideia não é dele. Plagiou-a como de costume.
luis valença
Enviar um comentário
<< Home