segunda-feira, maio 05, 2008

Divórcio na hora?

Paulo Marcelo, cheio de razão:
O PS diz-se empenhado em salvar o Estado Social, mas não percebeu que uma das razões da nossa crise social é a progressiva desestruturação da família.
Ao mesmo tempo que o Governo anuncia o combate ao trabalho precário, o PS no Parlamento pretende mudar o Código Civil, tornando o casamento num dos contratos mais precários do nosso sistema jurídico.
O contraste é curioso. Por um lado, defende-se o contrato de trabalho para toda a vida, exigindo a lei sempre uma justa causa objectiva para a sua cessação. O mesmo acontece com o arrendamento, onde o regime legal torna o contrato (quase) perpétuo, mesmo contra a vontade do proprietário. No casamento, pelo contrário, sem razões objectivas, para além das aparências ideológicas, os socialistas pretendem introduzir o divórcio unilateral, ou seja, mesmo contra a vontade do outro cônjuge, e apesar da violação dos deveres conjugais pela parte que pede o divórcio.

2 Comments:

At 8:25 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Para já, mais parece - e, para mim, é evidente - que os socialistas querem impôr um sistema de contratos precários em tudo quanto podem - só os pretendem firmes quando eles são contratantes ou tomam parte no contrato.
Quanto ao resto, o socialismo quer estabelecer a irresponsabilidade generalisada.
No que toca o divórcio, a coisa é, desde sempre, por um lado, um objectivo a atingir custe o que custe, com vista à degradação social, e, por outro, demasiado sério, seja ele civil ou religioso, católico no nosso caso.
O casamento, em qualquer sociedade, é um vínculo difícil de anular pois são sabidas as consequências sociais sempre nefastas.
Porém, o matrimónio católico tem implicações muito mais profundas na sociedade portuguesa, antes de mais porque o divórcio religioso é impossível, praticamente não existente, e depois pelas consequências que se abatem sobre os casais que se separam e os seus filhos. Este aspecto é demasiado importante porque resulta, quase sempre, num afastamento familiar da Igreja.
Convém aqui referir que este é um propósito maior do socialismo por lhe interessar atacar a Igreja. Por isso, apresentam a vertente civil do divórcio obliterando a religiosa. É a velha manha de atirar areia aos olhos dos adversários.
Os socialistas sabem bem que, embora a separação se possa regularizar por meio do divórcio civil, toda a vida religiosa dos crentes - que são muitos - fica destroçada e é meio caminho andado para a degradação de costumes e um crescendo de problemas sociais. Como também jogam com a certeza de a Igreja não conceder o divórcio que é extremamente difícil e apenas conseguido em casos raríssimos.
Os tais crentes que são muitos vão sendo cada vez menos e a "máquina socialista" não descansa em serviço por que enquanto se capa não se assobia. Para eles, há que criar condições injectando ignorância, irresponsabilidade e "dar saídas" a quem se precipitou e deu um passo em falso.
Tenho para mim que a Igreja se mantém numa posição irredutível, quase irracional, pois há milhentas situações que poderiam - ou deveriam - ser analisadas em detalhe. É impensável obrigar um conjuge a manter um vínculo com aquele que, de maneira nenhuma, o quer prosseguir. A união a dois só pode vigorar se ambos a quiserem manter.
E a verdade é esta: quantos homens e quantas mulheres não se mantém unidos apenas por que o seu parceiro de sacramento se nega a tal união? Estas situações deveriam ser julgadas no terreno próprio, os tribunais eclesiásticos, e - como é uso dizer-se - "decididas em conformidade".
Tal não se passa.
Ora o que acontece é que os socialistas aproveitam esta "fraqueza" e atiram com as facilidades de divórcio do género "vou ali à conservatória e volto já com o papelinho e, depois, eu cá tu lá" e querem matar dois coelhos com oa mesma paulada, ou seja, a sociedade degrada-se civilmente e conseguem pôr os religiosos contra a Igreja que não lhes resolve o problema em que tiveram a infelicidade de caír - já que a mesma Igreja não os preparou nem mentalizou para o que poderia suceder após o matrimónio.
Quem vai casar civilmente não tem consciência do que faz, das suas responsabilidades, dos seus direitos e deveres. São civis, livres e, portanto, "é problema deles".
Quem vai casar religiosamente - creio que, por enquanto, a maioria - não tem a menor noção do que vai fazer nem do que lhe pode acontecer. A Igreja diz que os prepara mas a verdade é que, se há preparação, é menos que insuficiente.
Entretanto, os socialistas alcançam o que pretendem, que é a degradação social - que se verifica -, e atiçam, jacobinos que são, os incautos contra a Igreja.
Esta rapaziada é esperta....

Nuno

 
At 8:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Cala-te,pá! isso é tabu!

 

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