Cruel dilema
Pela ordem normal dos acontecimentos, as próximas eleições em Portugal serão as eleições europeias de 2004.
Deste modo, a incógnita mais relevante, em termos de equilíbrio interpartidário, e com relação directa a estas eleições, será saber se os partidos governamentais se apresentarão em lista conjunta ou em listas separadas.
Paulo Portas tentará que haja listas conjuntas: dessa forma diminui os riscos de humilhação, e o certo é que pode sempre defender essa via como a mais consentânea com a existência de uma coligação a nível de governo. Terá no entanto que enfrentar algumas resistências a nível do PSD, tanto maiores quanto o cabeça de lista provável será Pacheco Pereira, que não morre de amores por tal solução.
Concorrendo PSD e CDS numa lista única, terão Manuel Monteiro, convencido que é a sua oportunidade e que pode fazer a diferença, a morder-lhe os calcanhares.
Concorrendo PSD e CDS em listas separadas, terá Paulo Portas que lançar para a arena, à última hora, um sacrificado qualquer, e fazer depois um penoso esforço de equilíbrio entre as responsabilidades da coligação e a necessidade de mostrar alguma coisa que diferencie a sua lista da outra do PSD.
Entretanto, a morder-lhe os calcanhares, estará Manuel Monteiro, convencido que é a sua oportunidade e que pode fazer a diferença.
Sempre é verdade que o partido de Manuel Monteiro foi criado a pensar nestas eleições europeias.
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