Cultura de exigência
Uma coisa tenho eu encontrado nos blogs alentejanos de que já falei (caso notório dos citados de Beja, Avis e Évora): no olhar que lançam sobre as pequenas e as grandes coisas das suas respectivas terras desponta uma cultura de exigência.
Livres, críticos, atentos, independentes, parecem representar uma nova esperança, de criação de uma verdadeira cultura cívica de intervenção, com voz e opinião próprias, que tem faltado de todo na (inexistente?) sociedade civil alentejana.
Para quem conhece o triste marasmo de décadas, já não é mau. E quanto mais local mais universal; a postura perante o que se passa à nossa porta é a melhor forma de viver a nossa maneira de ver o mundo.
Excepção continua a ser o impagável Professor Zorrinho, o Pangloss das hostes socialistas. Esteja o PS no poder e tudo para ele está o melhor possível, no mais perfeito dos mundos possíveis. Onde os outros, face ao real, procuram lançar uma cultura de exigência, reivindicativa e livre de qualquer reverência face aos poderes instalados, logo ele vislumbra uma realidade que é ela mesma uma.... “cultura de excelência”.
Mesmo quando era ajudante de ministro, nunca desligou a torneira dos elogios (a si próprio) e da lisonja (ao chefe de então). Agora, para recuperar o terreno perdido lá no partido, deu-lhe para ser o António Ferro do camarada passareiro!
Faz lembrar o título de uma obra de ficção publicada por Fernando Luso Soares aí por 1960: chamava-se o romance “Vontade de Ser Ministro”.
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