Recordando o saramago
Quando o Manel se fez gente, saramago era nome de erva ruim.
Praga, que infestava as searas e definhava o trigo. Pela Primavera, bandos ruidosos de moçoilas, armadas de pequenos sachos, dispunham-se em linha, ombro com ombro, seguindo os regos das searas verdejantes, e marchavam em ordem militar, avançando dobradas, rego a rego, arrancando o saramago e outras ervas daninhas.
Riam e cantavam, cantavam sempre.
(“Mondadeira alentejana
lenço de todas as cores
vai mondando e vai cantando
cantigas aos seus amores.
E um dia mais tarde quando
chega a ceifa – que alegria!
vai ceifando e vai cantando
passa mais depressa o dia”).
Agora saramago é nome de escritor – prémio Nobel, ou lá o que é...
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