Nossa língua portuguesa
Floresça, fale, cante, ouça-se e viva
A portuguesa língua, e já onde for
Senhora vá de si soberba e altiva.
Se tèqui esteve baixa e sem louvor,
Culpa é dos que a mal exercitaram:
Esquecimento nosso e desamor.
Mas tu farás que os que a mal julgaram,
E inda as estranhas línguas mais desejam,
Confessem cedo ant’ela quanto erraram.
E os que depois de nós vierem vejam
Quanto se trabalhou por seu proveito,
Porque eles para os outros assim sejam.
António Ferreira, in “Poemas Lusitanos”
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