segunda-feira, setembro 29, 2003

Nossa língua portuguesa


Floresça, fale, cante, ouça-se e viva
A portuguesa língua, e já onde for
Senhora vá de si soberba e altiva.
Se tèqui esteve baixa e sem louvor,
Culpa é dos que a mal exercitaram:
Esquecimento nosso e desamor.
Mas tu farás que os que a mal julgaram,
E inda as estranhas línguas mais desejam,
Confessem cedo ant’ela quanto erraram.
E os que depois de nós vierem vejam
Quanto se trabalhou por seu proveito,
Porque eles para os outros assim sejam.


António Ferreira, in “Poemas Lusitanos”