Vintila Horia
Na sequência da publicação neste meu blogue de citações de Vintila Horia, retiradas do livro “Viagem aos Centros da Terra”, perguntam-me sobre edições portuguesas de obras do escritor.
Vintila Horia (nascido em Segarcea, Roménia, em 1915, falecido em Madrid, em 1992), foi um escritor marcado pelo tema do exílio, em que viveu a maior parte da sua vida (primeiro em França e na Suíça, depois, e por muitos anos, em Espanha), bem como pela sua oposição ao regime comunista e ao sovietismo que dominava a sua terra natal – e dominava também a intelectualidade francesa, quando aí aportou, o que muitos amargos lhe causou.
Não tenho outra forma de responder à solicitação que não seja arriscando as imprecisões da memória. Se alguém puder corrigir os lapsos, agradeço que o faça, escrevendo do mesmo modo para o endereço que consta do blogue.
Julgo que as edições portuguesas de obras de Vintila Horia são hoje praticamente impossíveis de encontrar.
Existe edição portuguesa, muito antiga, da "Viagem aos Centros da Terra", de que tenho um exemplar.
Com uns anos menos, existe um livrinho de João Bigotte Chorão intitulado "Vintila Horia ou um camponês do Danúbio", que foi editado pelas "Edições do Templo" na altura em que Vintila Horia veio a Portugal.
Com efeito, Horia, que vivia em Madrid, esteve em Lisboa a convite da "Renovação" (não sei se o convite terá partido do Coronel Santos e Castro, se de José Valle de Figueiredo, que conhecia certamente o escritor visto ter vivido em Madrid, se foi mesmo de Chorão, dado que este era o que melhor conhecia, e conhece, a obra e o autor).
O certo é que Vintila andou por aí, deu entrevistas, proferiu uma conferência muito concorrida no “Sheraton”, e o apresentador e mestre de cerimónias foi sempre Bigotte Chorão.
Bastantes anos mais tarde saiu a "Introdução à Literatura do Século XX", para mim o trabalho mais importante de Vintila, sobretudo pelo seu lado ensaístico.
E é tudo o que me lembro de edições portuguesas de ou sobre Vintila Horia.
Curiosamente, não conheço tradução portuguesa de "Dieu est né en éxil”, romance que consagrou o exilado romeno, por em 1960 ter sido agraciado com o Prémio Goncourt – que aliás o autor recusou, em reacção à campanha política então desencadeada contra ele.
De igual modo não conheço traduções de “Journal d'un paysan du Danube” (1966) ou “Persécutez Boèce” (1987), obras marcantes no itinerário de Vintila.
Mas, como comecei por dizer, creio que as afirmações que deixo estarão eivadas de incorrecções involuntárias. Fico grato pelas emendas que generosamente surgirem.
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