terça-feira, novembro 25, 2003

CELESTINO DAVID

Nasceu na Covilhã, em 1880 e faleceu em Évora, em 1952, depois de ter vivido quase meio século no Alentejo, onde constituiu família e do qual foi sempre entusiasta e apaixonado.
Como poeta, publicou: "O Livro de um Português"; "Alentejo Terra de Solidão"; "Poemas Regionais"; "Évora Rapsódia de Imagens" e "Poemas Alentejanos".
Além dos livros, deixou também larga descendência, entre filhos, netos e bisnetos - não sei se também plantou árvores ou não, mas é certo que obra não lhe falta.

PRELÚDIO

Da terra alentejana as graças canto
Em versos claros de lirismo e cor.
Traduzo a vida, a luz e tudo quanto
Distingue e doira o meu país de amor.

Com devoção exalto, ao céu levanto:
O vinho feito sol, o trigo em flor,
A lã divina, a calma do seu manto,
A carne, o pão, e o tempo criador.

A vida escuto, a sua origem traço,
Da seiva ausculto a vibração que morre
Em voz e cor de cântico disperso...

Com alma e fé a linda terra abraço,
Aspiro o forte aroma que a percorre
E tento dá-lo, vivo, a cada verso...


Celestino David