quinta-feira, novembro 27, 2003

A COSEDURA

Perfume em toda a casa. O pão divino
- No tabuleiro, após a cosedura,
- Entrou no monte e, fresco e matutino,
A malta ungiu com beijos de fartura.

O pão sagrado, o seu aroma fino,
Encheu de amor, de graça e de ternura
A casa inteira, a monte pequenino:
Um ninho branco a ressumar alvura...

Que aroma doce... O monte reproduz
A sua voz: o cântico doirado
Que o forno ergueu e as casas alumia.

Espalha-a brandamente... E a própria luz
Parece aroma a irradiar alado
O sol da vida: o pão de cada dia!...

CELESTINO DAVID