Liberdade
Alguns leitores afligem-se: o meu blogue está pesado como chumbo, monótono, um tom cinzento e invariável, um longo dia de Inverno.
Eu bem os entendo. Que é chato, bem vejo eu – e admiro essa delicadeza de o não dizerem com todas as letras.
Mas o que é que querem? O bloguista é mesmo assim. E ou seja do observador ou das coisas observadas a visão que tem é realmente esta – escura.
Podia pintar, aguarelas coloridas? Nem jeito nem vontade. E depois há este indisfarçado prazer da verdade: o bloguista é livre, livre, pode mesmo ser como quer, dizer o que quer.
Nenhum cálculo manhoso inquina a escrita. Só as limitações do escriba. De resto, não há finalidade a alcançar. Nem janela na praça, nem coluna no jornal, nem comentário na televisão, nem votos, nem tachos. Não precisa de agradar a ninguém.
Mas compreendo a crítica, e agradeço o cuidado. E confesso que são os críticos que têm razão. De ora em diante vou tentar arranjar um sorriso, de vez em quando – nem que seja de plástico.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home