domingo, janeiro 25, 2004

Desencontros

Entre a minha pessoa e aqueles que por caridade, por curiosidade, por acaso, ou por azar, vão lendo o que aqui se publica, parece haver um irremediável abismo quanto a gostos e preferências.
Constato o caso repetido.
De vez em quando, publico eu algum texto, meu ou de outros, em que deposito o meu entusiasmo; não digo que esperasse a apoteose de uma multidão em êxtase (já expliquei que não sou de entusiasmos fáceis, e os que tenho são breves e ligeiros), mas confesso que o lanço às ondas cibernéticas com aquela sensação íntima da identificação mais funda; - este sim!! É certo e sabido: cai no pântano da indiferença. Nem a mais leve brisa se agita, nem um eco me responde.
De outras vezes, publico eu rotineiramente mais um postal para cumprir o programa que a mim mesmo tracei; faço-o com o distanciamento e o desinteresse de quem não descortina no gesto valia que mereça alheias atenções. Pois esse sim – lá consegue despertar algumas manifestações de apreço, uma ou outra discordância... enfim: vida!
Não sei o que faça. Há momentos em que me sinto como aquele soldado da anedota: não sei se sou eu que levo o passo trocado ou se são os outros dez mil que não acertam comigo.