Ainda sobre "A Paixão"
Em aditamento ao comentário anterior, venho acrescentar que de acordo com as agências o filme de Mel Gibson estreou hoje em precisamente 3006 (três mil e seis) cinemas americanos. Um número espantoso, só atingido pelas superproduções lançadas pelas grandes distribuidoras (que recusaram este filme, depois de devidamente pressionadas).
Uma lição é possível sublinhar desde já: só a extraordinária mobilização desencadeada à escala universal permitiu alcançar este resultado. De outro modo a sorte do filme teria sido idêntica à de outras iniciativas vetadas pelas usuais centrais de controlo do pensamento único. E essa mobilização teve como terreno de eleição a internet. Só a imensa rede constituída pelos cibernautas que exigiram o filme abriu as portas a esta exibição massiva de uma obra que chegou a estar seriamente ameaçada de nem chegar à exibição pública. É um exemplo das potencialidades da net, meio que não pode ser controlado da mesma forma rígida que o são os grandes meios tradicionais de comunicação de massas (os quais ou ignoraram ou hostilizaram a obra em pré-julgamento), e fica já a constituir um caso de sucesso do que se pode chamar cibercombate.
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