Temos veias de lua, olhos toldados,
Bebemos sonho e dispersão aos goles.
Entramos pela noite, embriagados,
E as nossas mãos fazem carícias moles.
Cá dentro escorre música de dança.
Mas as notas são vermes, dentro, em nós.
Qualquer apelo nos corrói, nos cansa,
E qualquer som nos enrouquece a voz.
Vem tu, grito solar, corpo desnudo,
Ó ímpeto da fé que nos aterra!
Tens pés de terramoto e geras tudo,
Ó Ares, Afrodite, Astarte, guerra!
Goulart Nogueira
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