Rodrigo Emílio de Alarcão Ribeiro de Mello (18-02-1944/28-03-2004)
A dois dedos da madrugada
me adianto
para o camarada
morto - e canto, canto
como quem aponta a espada
ao espaço do próprio espanto!...
Fixar-lhe a face fechada
é agasalhá-lo no manto
do tempo que ele arrecada
e cujo tampo levanto
É calcorrear uma estrada
com memórias a cada canto
entoar a mais bela balada
do desencanto
E não há nada
que valha tanto!
A dois dedos da madrugada
- canto! canto...
Camarada:
Em pranto, canto!
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