Doentes de Alzheimer
A Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer, admirável instituição que infelizmente não é tão conhecida como merece, veio reclamar contra o Estado por este discriminar esses doentes ao comparticipar em apenas 55 por cento a compra de medicamentos para a doença, quando paga na totalidade os fármacos para outras doenças de natureza crónica e irreversível. Trata-se de uma questão de lista, de comparticipações e de doenças.
A muitos pode parecer questão teórica, ou exigência abusiva: mas façam um exercício de imaginação, e pensem numa família de poucos recursos, que dificilmente tem meios para pagar as fraldas, menos ainda para sustentar toda a complexa logística que uma situação dessas exige, e se confronta com o problema de adquirir medicamentos para minorar o dramatismo da doença que atingiu o familiar que tem a seu cargo, e que custarão umas largas dezenas de contos de cada vez - durante os anos de sofrimento até ao fim inevitável...
Resta-lhe confiar nos "mecanismos do mercado", para equilibrar a situação?
A experiência não dispensa a teorização, mas as teorias sem experiência nenhuma mostram-se frequentemente de pouco valor...
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