Nove meses
Embora ainda faltem uns dias, hoje não deixei de me lembrar que acabando este mês de Abril estarão completos nove meses inteirinhos desde que surgiu em linha este blogue. Não vou fazer estilo com o normal período de gestação, porque na verdade perfazendo esse tempo nada mais nascerá daqui. Continuará assim este lugar igual ao que tem sido, conforme as possibilidades e o talento do dono.
Mas nove meses! É obra, sobretudo sabendo que nem um dia deixei de assinar o livro de presença, e sabendo de tudo o mais que é a minha vida. Confesso que por vezes me sinto cansado, fisicamente cansado. Não é fácil manter o ritmo, como sabem todos os que experimentaram sozinhos fazer o mesmo. Depois, inexoráveis, surgem também os momentos em que nada tenho para dizer; e outros em que o que teria para dizer não se pode dizer (sim, por mais que alguns não acreditem nem tudo se pode dizer, e menos ainda em qualquer hora e local). Também há instantes de desânimo, que não tenho escondido; é inevitável sentir por vezes uma impressão de inutilidade, uma sensação de que todo o esforço pode ser vão.
Mas sempre continuei, certamente por um prazer íntimo de comunicar, e ser eu nisto que escrevo para outros, e também pela esperança teimosa de que alguma semente caia em terreno fértil.
Por aqui irei ficando, sem novidade de maior (somando quanto fui a quanto sou, como dizem certos versos que três ou quatro conhecemos).
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