domingo, abril 18, 2004

Tempo de Trevas

Foi depois da traição
De quem lhe foi guerreiro e missionário
Que o ergueram no alto do calvário
Com um cravo de sangue em cada mão.

Ladeiam-no ladrões, o escárnio da escória
E um bando de soldados
Que lhe perdeu aos dados
Cinco séculos de História.

Tudo é treva em redor.
(Prouvesse a Deus que fosse nevoeiro!)
Chegou o instante derradeiro?
Chegou ao extremo o estertor?

Como é lenta a agonia!
Como ele morre devagar!
Quanto tempo teremos de esperar
Pelo terceiro dia?

António Manuel Couto Viana