Tempo de Trevas
Foi depois da traição
De quem lhe foi guerreiro e missionário
Que o ergueram no alto do calvário
Com um cravo de sangue em cada mão.
Ladeiam-no ladrões, o escárnio da escória
E um bando de soldados
Que lhe perdeu aos dados
Cinco séculos de História.
Tudo é treva em redor.
(Prouvesse a Deus que fosse nevoeiro!)
Chegou o instante derradeiro?
Chegou ao extremo o estertor?
Como é lenta a agonia!
Como ele morre devagar!
Quanto tempo teremos de esperar
Pelo terceiro dia?
António Manuel Couto Viana
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