Um caso de consenso
O PSD, que é o partido do governo, já veio exprimir formalmente a sua solidariedade ao Major Valentim Loureiro e aos restantes militantes do partido, nesta hora difícil em que foram chamados perante a Justiça. A linguagem compreensiva e pesarosa é exactamente a usada por ocasião de calamidades naturais ou de fatalidades do destino, como se os desgraçados tivessem sido vítimas das cheias ou lhes tivesse falecido um familiar. O Bastonário Júdice também já exprimiu a sua preocupação face a mais este despautério da Justiça. O PS, como se sabe, já estava mais que solidário com outras vítimas do mesmo desrespeito pelas regras básicas de convivência entre instituições que tinha sido revelada pela Justiça.
O Sr. Presidente da República nem se fala, está de todo o coração solidário com os atingidos por toda esta vaga de lama que tem achincalhado até os mais respeitáveis protagonistas da nossa democracia.
É um caso de consenso, para além de ideologias e partidos: estão unidos governo e oposição, executivo e legislativo, toda a classe político-jornalístico-mediática. Torna-se imperioso parar com esta situação, que ameaça não deixar sossegar ninguém por mais acima de qualquer suspeita que se situe.
Quem tiver essa curiosidade que acompanhe com atenção as reformas legislativas que virão. A vocação natural do aparelho de Justiça é ocupar-se dos que ameaçam a sociedade, e não a de abalar os seus fundamentos e incomodar os seus pilares. Assim será decretado, para não mais poder ser esquecido.
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