Eleições à porta
Embora não se note, começa hoje oficialmente a campanha para as eleições europeias de 13 de Junho.
Na minha volta matutina pela cidade só encontrei uns cartazes grandes da CDU e um melancólico veículo engalanado com o letreiro "Forca Portugal", a debitar música enfadonha. As maiores manifestações localizáveis da dita campanha já estão há muito a enfeitar as rotundas que circundam o burgo, são os famosos outdoors que enchem o país e cujos custos os especialistas avaliam em pelo menos setenta ou oitenta mil contos dos antigos por cada mês de exibição - mas são oficialmente pagos com umas míseras dezenas de milhares de euros que os partidos respectivos apresentam depois nas contas da campanha (verdade esta que por mais absurda que se apresente terá depois chancela de aprovação superior).
Entretanto, antes dos eleitores votarem os grandes meios de comunicação e os donos deles já fizeram a sua selecção prévia. A acreditar nos boletins de voto as listas em competição são treze, mas quem ler o "Expresso" de hoje (é o mais importante órgão da imprensa escrita que se publica no país) ficará convencido que existem apenas cinco listas concorrentes.
Enfim, o que dizer disso? Provavelmente, apenas que cada um faça o melhor que puder.
É preciso ter sempre presente que em política de nada vale sermos excelentes, magníficos, se o povo não chegar a saber. Estabelecer canais de comunicação com as massas e entre as massas, que ignorem as barreiras e as defesas próprias do bloqueio instalado pelos instalados, é talvez o problema técnico crucial da actividade política no nosso tempo.
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