O estado das coisas
Neste momento ainda não se sabe qual é a decisão da Dr.a Maria José Ritta. Mas da parte do sr. Presidente da República já se fizeram ouvir palavras de apelo à "prudência", referências à "estabilidade", tudo temperado com as advertências de rotina sobre quem tem a última palavra, ao momento próprio, à calma, à serenidade, e outras usuais figuras de estilo.
Tudo indica portanto que com mais rodeios ou menos vénias a presidencial figura predispõe-se a sacramentar o cozinhado que lhe fazem presente, e teremos um primeiro-ministro por cooptação. O cessante indigita o sucessor. E este está a formar o seu governo, com manifesta e justa indiferença pela irrelevância presidencial. Teremos portanto, por inacreditável que pareça ainda a muita gente, um Governo Santana-Portas.
Eis a Europa em esplendorosa manifestação. Que batam palmas todos os socialistas, com os chefes à frente, é o que se espera: não foram eles sempre entusiastas incondicionais do modelo? Pois aí o têm.
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