Teses, antíteses, sínteses
A Filosofia Portuguesa é uma curiosa escola de pensamento onde nunca se encontram dois que estejam de acordo. Nisso também demonstra e manifesta a sua funda identidade lusíada (que meditem os identitários). Fiel a essa tradição da discordância tenho mantido há quase trinta anos convívio intelectual com a obra de Pinharanda Gomes – que sempre me apareceu como um dos mais valiosos e fecundos dos nossos pensadores, embora geralmente com ele me encontre em divergência, na filosofia como na política.
Enfim, delicio-me na leitura e satisfaço-me no saudável exercício do contraditório, mesmo sozinho. Dá ginástica mental, e enriquece o espírito. Encontrei-me de novo em pleno desafio ao deparar com o ensaio publicado por Pinharanda na “Aliança Nacional” sobre o pensamento nacionalista português no século XX.
É indispensável ler, conhecer, pensar. Mesmo que seja para discutir. Recomendo.
Acrescento aliás que no mesmo blogue surgiu-me outro artigo interrogativo e problematizante de Cruz Rodrigues, com quem também tenho o gosto de discordar já há muitos anos, sobre campanhas e oportunidades perdidas. Continua a mostrar-se estimulante, esse exercício criativo de discordar dele. Também recomendo o mesmo exercício.
Entretanto, importa continuar o caminho. Persistir e insistir. A verdade não tem pressa, mas reclama de nós afirmação constante e firme. Deus ajuda os que se ajudam.
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