A coisa está séria!
Ainda há pouco, há poucochinho, era consenso generalizado que as eleições no Partido Socialista iam servir para pouco mais do que uma consagração do jovem Sócrates, e eis que entra pela janela a História que julgavam ter feito sair pela porta...
Com a sua voz profunda veio de lá o Manuel Alegre protestar pela identidade do partido, ao que se entende contra as desvirtuações em marcha.
E ao Alegre identitário juntou-se agora a revolta soarista. Soares filho, tendo ao lado Soares pai para que não houvesse lugar a dúvidas, proclamou também a sua candidatura à chefia do partido afirmando que entra na corrida à liderança por temer que o partido seja descaracterizado como uma força política socialista e "dominado por uma mão invisível".
Esta da "mão invisível" dá bem nota do ponto a que tudo aquilo já chegou - a refrega vai ser de criar bicho...
Como os leitores entenderam, isto da "mão invisível" não é remoque aos nossos liberais, como a expressão poderia fazer supôr; é mesmo para dentro do partido, e para dentro de outros areópagos mais discretos, em desafio directo e público, de modo nada habitual.
Temos guerras de aventais, não tenham dúvidas. Não há loja que goste de ver a concorrência a fazer-lhe o ninho atrás da orelha.
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