Domingo em casa
Nesta manhã de domingo divaguei em leituras várias. Quase todas para dar de beber à literatice, contrariando a sugestão do Eurico que me manda falar de férias grandes num comentário ali abaixo. Mas eu de férias entendo pouco. Se quiser ler sobre férias grandes pode o Eurico regressar a leituras juvenis e entreter-se com Júlio Verne, que escreveu precisamente uns aventurosos e refrescantes "Dez anos de férias". Ou então, com o mesmo lema, estudar a presidência do Dr. Mário Soares.
Eu prefiro estas divagações, onde encontro sempre umas pérolas esquecidas. Deparei por exemplo com um artigo do Rodrigo Emílio sobre a novela "Le coup de grace" de Marguerite Yourcenar, de que não me lembrava. E, maravilha dos encontros de família espiritual, lá está estampado e impresso o meu fascínio pela autora da "Memória de Adriano", e concretamente por essa pequena novela (circula por aí em português, "O Golpe de Misericórdia", com um excelente prefácio de Agustina Bessa Luís).
Como estará agora o Eurico a pensar, também desta saiu um fime, de Volker Schlöndorff, tal como aconteceu com o "Singe en hiver" de Henri Verneuil. E o mesmo aconteceu também, para continuar a falar de gente da família, com "Uma mulher à janela", de Drieu La Rochelle, que originou um filme de Pierre Granier-Deferre.
Só curiosidades. E nestas, vaidade à parte, sou um poço sem fundo. Já agora aqui vai uma, esta em desafio ao Walter Ventura: quem é que na sua (sua dele, não do WV) juventude escreveu nos jornais sob o pseudónimo de "Dr. Miunças", em defesa da língua portuguesa, sobre questões de filologia e afins? O Barradas pode ser que lhe tenha falado nisso; mas se não for por essa fonte...
Achei também um artigo de Vintila Horia sobre Panait Istrati, outro grande esquecido. Esse não resisto a copiá-lo para aqui. Como já ficou evidente, quando falei de Mircea Eliade, ou de Ionescu, de Cioran, ou do próprio Vintila Horia, tenho grande simpatia por romenos - esses misteriosos "romanos do Oriente", que nos deram Codreanu e Horia Sima, misturando um misticismo indefinível tão próprio da alma eslava com um intransigente culto da romanidade. Povo da fronteira, sentinela da Europa em milenar tensão perante a Ásia imensa e ameaçadora.
Aprecio Panait Istrati, e irei digitalizar e publicar esse artigo de evocação da vida dramática do autor de " Os cardos de Baragan".
Agora ponho ponto final na escrita, que vou almoçar. Nem cheguei a falar do governo santanista. Haverá tempo. Para já só queria chamar a atenção do pessoal dos jornais quanto a uma troca de fotografias (e logo na primeira página!). Por uma confusão já antiga alguns insistiram em publicar uma velha foto de Manuel Marques Ferreira dizendo que se trata do novo Ministro da Administração Interna, Daniel Sanches. Eles têm umas parecenças, mas não é tanto assim. Quem os conhece distingue perfeitamente. Vamos lá a rectificar esses arquivos!
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