quinta-feira, julho 15, 2004

Telegrama

A falta de tempo, implacável, tem determinado escassa produtividade. Tem por isso que lançar-se mão de palavras de outros, à míngua de produção própria.
Os dois poemas que deixei agora publicados pertencem a António Manuel Couto Viana, e são de 1946. Pareceu-me que mereciam entrar neste meu diálogo com os leitores, não só pelas razões de merecimento que se aplicam a toda a obra de Couto Viana mas também pela sua singularidade nesse conjunto. Mostram uma outra faceta: o jovem Couto Viana não foi apenas "avestruz lírico", como ironicamente se auto-apelidou, mas foi também apelativo e mobilizador; não foi apenas clássico na forma e no conteúdo, cultivou também ritmos, estéticas e técnicas mais modernizantes. Vejam bem o "Apelo" e a "Exortação".