domingo, agosto 22, 2004

Governantes e secretárias

Há alguns anos atrás um efémero secretário de estado, por sinal do PSD, caiu em desgraça junto de certos meios mais sisudos por ter contado em público uma anedota considerada pouco conveniente na boca de um membro do governo. Na verdade não a contou em público, contou-a em privado junto de um grupo em que se incluíam alguns jornalistas, mas pode entender-se que é a mesma coisa.
Disse então o chistoso político que um governante que se preze tem sempre duas secretárias, uma para comer e outra para trabalhar.
A graçola divulgou-se, e o homem esteve pouco tempo no governo. Não que lhe causasse incómodo por aí além, na realidade passou a ser presidente do conselho de administração de uma grande empresa pública, cargo muito mais cobiçado do que o anterior.
Lembrei-me agora do dito de espírito ao saber pelo "Diário da República", o menos lido dos nossos diários, que o gabinete do nosso Primeiro-Ministro, por nomeação do próprio, passou a integrar nada menos de doze novas secretárias pessoais.
Tendo em conta as considerações do outro em matéria de mobiliário dos gabinetes governamentais, fiquei deveras intrigado quanto à utilização que irão ter as novas peças.