terça-feira, setembro 28, 2004

CÔNSUL DE PORTUGAL EXPULSO DO CANADÁ

Um incidente grave com a polícia canadiana, numa autoestrada do Ontário, na noite de 21 de Agosto, levou as autoridades locais a intervirem junto da embaixada de Portugal em Otava e o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal a destituir Artur Monteiro de Magalhães do cargo de cônsul geral para o Ontário e Manitoba.
O assunto foi manrtido no maior segredo (excepto para a mulher do correspondente local da lusa) até 23 de Setembro, dia em que o cônsul ofereceu aos funcionários um almoço privado, regado a champagne, nas instalações das missão diplomática, para lhes contar a sua versão da história, arrasar o embaixador Silveira de Carvalho e o Ministério dos Negócios Estrangeiros, parecendo agradado com a disponibilidade de alguns empregados consulares incitarem a comunidade a uma rebelião contra as autoridades portuguesas, directamente e através do Sindicato do Pessoal Consular.
Artur Magalhães apresentou-se como vítima da polícia canadiana mas do seu relato ressaltaram várias contradições. Sabe-se, no entanto, que na noite referida vinha de um jantar, na autoestrada, quando se sentiu sonolento e parou para dormitar um pouco. Pouco depois, porque um carro parado na berma de uma estrada ultramovimentada, e com carros a grande velocidade, é proibido por perigoso, foi abordado pela polícia, que quis fazer o teste do balão. Magalhães recusou-se, invocou o seu estatuto de diplomata, resistiu vivamente. Os agentes chamaram oficiais superiores, que chegaram em poucos minutos, mandando seguir Magalhães para casa com uma multa simbólica, procedimento usual em incidentes com diplomatas estrangeiros porquanto a polícia de imediato notifica o ministério dos negócios estrangeiros canadiano e este, por sua vez, notifica o embaixador.
Artur de Magalhães, embarca defintivamente para Lisboa no dia 26 de Setembro, sabendo que tem os ordenados pagos apenas até 30 de Novembro.
Pessoalmente, penso que é uma rude prova para o (des)governo de Lisboa, pois perde um servidor fiel como uma imagem no espelho. Mas a crónica das incompetências, irresponsabilidades e arrogâncias deste cônsul fica para dentro de pouco tempo.
FERNANDA LEITÃO