terça-feira, setembro 21, 2004

Nova Geração

Há algum tempo atrás chegou a falar-se em crise na blogosfera lusa. Que o diagnóstico era precipitado constata-se agora, em face dos números que demonstram um crescendo notório no número de visitantes e de visitas, bem como no número de blogues. Houve, portanto, um crescimento, e a capacidade de manter essa expansão quantitativa não parece estar esgotada.
De igual modo a influência, o que se poderia chamar expressão qualitativa, também cresceu e se refinou, como recentemente concluía Pacheco Pereira em certeira observação. A blogosfera é um meio de relevância crescente nas sociedades contemporâneas, pela sua capacidade de atingir os meios que importam, e de nessa medida criar opinião.
Outra coisa é a crise destes ou daqueles blogues que podem eventualmenter em certa fase ter marcado o meio em análise. Não há que confundir a parte com o todo. Os blogues parecem, certamente devido às suas características muito próprias, obedecer a um ciclo de vida bem diferente, mais breve e irregular, daquele com que nos habituámos a contar nos meios tradicionais.
É o resultado da natureza pessoal da sua génese. São muito susceptíveis ao cansaço, ao esgotamento, aos humores. Frequentemente vão-se como vieram, sem razão nem explicação. Mas não há que confundir a parte com o todo. A capacidade de renovação é quase infinita. Quando uns se fartam, ou acabam pura e simplesmente por não terem mais nada a dizer, ou porque as suas vidas mudaram, outros aparecem a ocupar o campo.
Estas as conclusões da minha observação diária, neste período de um ano e dois meses que já me torna um veterano no meio.
Assim é, e assim tem que ser. Que os que surgem substituam com vantagem os que saírem, e que tragam valor acrescentado à blogosfera, é o único voto que me apraz fazer a este respeito. Sejam bem-vindos todos os que chegam, e mais os que estão para chegar.