Amigos, companheiros, camaradas
Mantenho actividade blogadora há precisamente um ano e quatro meses. Não me posso queixar do balanço: escrevo o que quero, que é o que gosto de fazer, publico o que e quando quero, afixo da escrita alheia aquilo que me agrada por qualquer razão.
Tivesse eu tido esta sorte há anos atrás...
Sei que sou lido, que retomei diálogos há muito interrompidos com gente que estimo, e descobri outros que passei a estimar. Estou satisfeito por isso. Os ecos que me chegam trazem-me a compensação do esforço.
Porém, todavia, contudo... confesso: uma frustração trago comigo, e traz-me ela em desgosto por não ver forma de lhe dar a volta. É que eu queria mais! Não quero só ser lido, receber cumprimentos de longe, abraços pelo correio. Queria ter na blogosfera a gente de que sou parte, aqueles que partilham comigo sensibilidades e gostos, um itinerário comum, ombro com ombro em comunhão fraterna. Queria ter aqui com o mesmo entusiasmo blogueiro os que num momento ou em outro viveram comigo sonhos e projectos em conjunto, ergueram bandeiras, sentiram poemas, hinos e canções - lutaram as mesmas batalhas e choraram as mesmas derrotas.
Queria aqui a toda a volta uma comunidade blogueira onde a gente se encontrasse, e falasse. Falasse entre nós, e urbi et orbi. Diz-se que um alentejano nunca canta sozinho. Se não o faz é porque descobriu que a força do canto está toda no conjunto, na conjugação de uma mar de vozes que se juntam e cantam, em polifonia pois claro, que cada um tem voz própria, mas em harmonia também, que ninguém gosta de escutar desafinação ou cacofonia.
Aqui deixo o desabafo, em tom de lamento e de desafio. Venham de lá do silêncio emsimesmado ou da tertúlia rotineira, ergam ao sol da net palco e tribuna, e afinem as vozes. Estou farto de cantar sozinho. Venham, e levantemos um cântico novo sobre a Cidade.
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