A encruzilhada política do Brasil
Passados meses sobre as eleições municipais, o Brasil vive um impasse político, decorrente dessas mesmas eleições.
O resultado das urnas mostrou um público disposto a barrar o caminho à marcha esquerdizante que se vinha desenrolando no País. Como consequência mais imediata e visível da derrota do PT/Governo, algumas figuras importantes da esquerda abandonaram ou foram afastadas do governo Lula da Silva.
Também como consequência da derrota eleitoral, o governo tem visto esboroar-se sua base de apoio. Dois partidos da aliança governamental manifestaram intenção de abandoná-lo.
As notas de indefinição e de incerteza talvez sejam as que mais se desprendem do actual momento político. Muitos apontam como necessária uma correcção de rumos do governo, a qual pode trazer em seu bojo alguns inesperados.
Nesse sentido, já chama a atenção a defesa feita por dois ministros e pelo
Presidente do Senado, aliado do governo, de uma mudança do mandato
presidencial de quatro para seis anos.
Por outro lado, arvorando a bandeira do combate ao "trabalho escravo" (que não define), o governo Lula, coadjuvado pelos ditos movimentos sociais, monta mais uma ofensiva contra a propriedade privada no País e mais concretamente contra o agronegócio.
Entre as frentes abertas por essas alas da esquerda governamental e dos ditos "movimentos sociais" para atacar o agronegócio, está a luta contra o
denominado "trabalho escravo".
Numa campanha orquestrada, os "movimentos sociais", largamente bafejados pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), acusam os proprietários de terras de se utilizarem de mão de obra escrava, ou semelhante à escravidão, para manter seus altos níveis de produtividade.
Concomitantemente, as autoridades, sobretudo a Polícia Federal e os delegados do Ministério do Trabalho, têm lançado, com grande aparato armado e estardalhaço publicitário, operações de "resgate de escravos". Chegando de surpresa a fazendas, inclusive algumas altamente produtivas, consideram "escravos" trabalhadores cujo exercício da profissão possa ferir algum detalhe do complexo emaranhado de leis trabalhistas do País, ou cujas condições de alojamento e trabalho possam aparentar descuido ou descaso.
Os produtores rurais, muitas vezes ameaçados de prisão, mostram-se temerosos com esta campanha, pois qualquer deslize, mesmo involuntário, pode levá-los às manchetes dos jornais como "escravocratas", além do sério risco de expropriação da propriedade. Até a falta de carteira de trabalho assinada é apontada como factor que caracteriza a "escravidão", sem se atentar para o ridículo de tal classificação num país como o Brasil, em que 58% do trabalho é realizado na informalidade (ou seja, sem carteira de trabalho assinada), fruto da complexa e socialista legislação trabalhista.
A ferocidade da perseguição governamental, totalmente desproporcionada,
contrasta com a aberta conivência das autoridades diante das violações da
lei, perpetradas pelos seguidores do MST e da CPT, como invasões de
propriedades, de prédios públicos, cortes de rodovias, manutenção de
pessoas em cárcere privado e, nos últimos tempos, até mortes.
Além desta ofensiva governamental e publicitária, está em andamento no
Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional para expropriar, sem qualquer indemnização, a propriedade rural em que for localizado "trabalho escravo". Tal projecto não define o que seja o "trabalho escravo", e as terras assim expropriadas serão destinadas à Reforma Agrária socialista que o governo vem pretendendo levar a cabo no País. Na realidade, trata-se de uma nova investida contra a propriedade privada que poderá abalar o regime de livre iniciativa no País.
Para dar força a sua investida, o governo Lula da Silva tem feito ecoar
internacionalmente estas denúncias, juntamente com a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), e com a colaboração de certa mídia que vê na figura de Lula um dos últimos ícones da esquerda mundial a preservar custe o que custar.
Numa atitude claramente ideológica e considerada vergonhosa para o País, o Brasil, através de seu embaixador Tadeu Valadares, foi o único país a
reconhecer em reunião oficial da ONU a existência de "formas
contemporâneas de escravidão". Nem os países africanos, onde ainda existe
a escravidão legalizada, fazem tal propaganda. Muito menos a China e os
países comunistas que mantêm os "trabalhadores do povo" em regime forçado, reconhecem a existência de escravidão.
Após o primeiro impacto dessa ofensiva legal-propagandística, vozes
esclarecedoras começam a se fazer ouvir, apontando o absurdo dessa propaganda e mostrando que ela visa golpear a fundo o instituto da propriedade privada.
Como escreveu o Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança: "Uma perseguição à propriedade particular a pretexto de “trabalho escravo”, ou qualquer outro, poderia afectar a fundo a produção nacional, encaminhando o País nas sendas tenebrosas de um miserabilismo de tipo cubano, tão amado dos D. Balduínos e seus companheiros da Comissão Pastoral da Terra - CPT. Não só a CPT, mas também o MST, na coerência de sua inspiração marxista, têm sido os arautos da luta contra o agronegócio no Brasil. Tais movimentos ficariam entusiasmadíssimos com o governo atual, caso este iniciasse um combate ao “trabalho escravo” que redundasse numa perseguição ao agronegócio".
De igual modo o jornal "O Estado de S. Paulo" estampou um artigo do presidente da mais importante entidade rural do País, o qual também denunciou o carácter ideológico da campanha contra o "trabalho escravo" no Brasil.
(adaptado, da TFP)
1 Comments:
amigo,
seria necessário estar aqui e acompanhar de perto o que trazes de notícia.
Não é bem como dizes.
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