Lá como cá
Em França a crise da imprensa escrita tem atacado todos.
Sucedem-se as situações de aperto, mesmo entre os que se julgavam imunizados.
A última notícia de sensação veio do "Libération", o célebre e emblemático jornal do esquerdismo francês (e não só...)
Pois o "Libé" esteve quase a encerrar portas, tantas foram as aflições. Mas para já tudo se resolveu: Monsieur le Baron Édouard de Rotschild entrou generosamente com vinte milhões de euros, vinte milhões fresquinhos, e a crise ficou afastada - até à próxima.
Depois do longo romance do "L'Humanité", esse património da humanidade, órgão do velho PCF, que nos últimos anos tem perdido milhões e milhões e tem mobilizado os favores dos mais altos vultos do capitalismo francês (e recursos do Estado, em subsídios intermináveis despoletados com pompa e circunstância pelo próprio Chirac, que declara não poder perder-se tão precioso monumento) foi agora a vez do "Libération" provar como é grande e sensível o coração dos donos do mundo.
Lá como cá, não dá para entender como é que a esquerda ainda se queixa dos capitalistas. Que o diga o Miguel Portas.
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