sábado, janeiro 29, 2005

Reforma Agrária: "chave" do governo Lula da Silva

A política agrária que decida seguir daqui para a frente será, por certo, uma das "chaves" para se entender a orientação mais ou menos socialista que o governo Lula adotará na segunda metade do mandato.
A esquerda, particularmente a chamada "esquerda católica", influenciada pela Teologia da Libertação, busca há décadas implantar no Brasil uma Reforma Agrária socialista, que fira mortalmente o direito de propriedade e instaure um sistema coletivista no campo.
Lula da Silva, sempre intimamente ligado à "esquerda católica", tem proclamado, em sua vida pública, como meta primordial de sua atuação implantar tal Reforma Agrária no País.
Ao ser alçado à Presidência da República, logo deu amplo assento no governo (inclusive no Ministério do Desenvolvimento Agrário e no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária-INCRA) a elementos intimamente ligados à Comissão Pastoral da Terra (CPT) e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem-terra (MST), principais mentores das invasões de propriedades rurais no Brasil. Também anunciou com grande alarde a realização de um Plano Nacional de Reforma Agrária, elaborado a seu pedido por um dos próceres da esquerda católica no País.
Como ao longo das décadas a esquerda tem fracassado em seu propósito de impor, de modo maciço e generalizado, seu modelo coletivista, a agricultura brasileira, pelo sadio dinamismo da livre iniciativa, e sem especiais incentivos de órgãos governamentais, foi-se expandindo largamente, alcançando altos níveis de produtividade e de aperfeiçoamento técnico, reconhecidos internacionalmente.
Apesar de tais êxitos, que desmentem de modo clamoroso a propaganda
agro-reformista, esta prossegue em seu afã obstinado de impor ao Brasil um regime miserabilista de estilo cubano, supremo modelo dos teólogos da Libertação.
Há meses passou ela a investir com mais afinco contra esse modelo agrícola de sucesso, o chamado agronegócio, a quem acusa, segundo o velho jargão marxista, de gerar alta renda à custa da miséria dos trabalhadores e, mais genericamente, da população.
A manifesta animosidade contra o agronegócio, por parte dos elementos da esquerda, enquistados no governo Lula da Silva, ficou patente em recentes declarações do Presidente do INCRA, Rolf Hackbart, quando afirmou que o governo está do lado do MST contra o agronegócio. Tais declarações causaram espanto no País. O editorial da "Folha de S. Paulo" as considerou escandalosas e, fazendo menção a pronunciamentos do Ministro Miguel Rossetto, ressaltou que não são fato isolado no governo: "O ministro do Desenvolvimento Agrário [Miguel Rossetto] e o presidente do
INCRA cumprem hoje duas funções essenciais. De um lado, administram a tutela do movimento sem-terra por parte do governo. De outro, promovem a instrumentalização da máquina pública com vista a "acumular forças" para uma futura "revolução" rural" (O "lado" do governo, 25/11/2004).
(TFP)