quinta-feira, janeiro 27, 2005

Vagas de fundo

O fundador do CDS, Freitas do Amaral, apelou esta quinta-feira ao voto no PS, como «cidadão independente, que não pertence a nenhum partido», defendendo uma maioria absoluta para os socialistas num artigo de opinião publicado pela revista "Visão".
O porta-voz do PS, Pedro Silva Pereira, em declarações à SicNotícias, logo considerou as declarações de Freitas do Amaral «um apelo ao bom senso» e «um sinal de um movimento muito alargado de apoio ao PS".
Eu bem os entendo: ao Freitas, que assim continua a estratégia que começou logo a partir da sua derrota nas presidenciais (criar as condições para conseguir em nova candidatura os votos e os apoios da área PS que lhe faltaram em 1986) e aos centros ocultos que estão por trás disto tudo (crescem os sinais de que o PS não alcançará o objectivo da maioria absoluta).
Curiosamente uma nova sondagem divulgada em simultâneo confirma o que se sentia: mesmo com os desastres e asneiras de Santana o adversário que lhe escolheram, Sócrates, consegue fazer tão mal que a confirmarem-se os resultados o PS deixará escapar o pássaro que teve na mão.
A maioria absoluta préfabricada pelas centrais do poder provavelmente não se verificará, e então o país acordará no dia a seguir às eleições ainda mais ingovernável do que antes.
Eis a razão que os está a deixar em pânico - e já está a provocar nos bastidores intensa movimentação com vista às coligações e entendimentos do dia seguinte, enquanto ao mesmo tempo são mobilizadas as tropas disponíveis para tentar ainda forçar a maioria absoluta.
Aguardamos agora a capa do "Expresso" de sábado próximo.