Prodígios
Calhou ver há pouco um tempo de antena televisivo do PCTP/MRPP.
Ao princípio estava tudo igual, nada de novo - nem coisas boas nem coisas originais.
As usuais bandeiras vermelhas agitadas pelo vento, abundantes foices e martelos em refulgente amarelo, os acordes vibrantes de "A Internacional", o verbo iluminado do Dr. Garcia Pereira, que não se tendo convertido em testemunha de Jeová em pequenino ficou para sempre devoto desta outra religião de messiânicos e fanáticos.
E eis que de repente surge o rosto distinto do Dr. Nuno Cardoso da Silva, solene na pose de "monárquico tradicionalista" (apresentou-se assim) a explicar as razões do seu apelo ao voto em Garcia Pereira.
Deve obedecer a uma lógica irrefutável, mas eu não percebi nada.
Ao menos a lógica do Nuno Câmara Pereira é clara e cristalina, e não deixa dúvidas a ninguém.
Mas creio bem que é por causa destas e de outras, da lógica linear do fadista como da lógica intrincada do professor, que a causa monárquica é cada vez mais - uma causa sem efeito.
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