quarta-feira, março 23, 2005

O "Gramsci colectivo"

Se a História revela as leis gerais das lutas políticas, não pode fornecer receitas aplicáveis a uma situação inteiramente nova. Os militantes devem procurar eles mesmos as respostas às questões postas pela sua acção. É a partir desse estudo, individual e colectivo, que se vão acumulando sobre os que já existem os elementos necessários a uma perfeita compreensão dos mais profundos mecanismos que regem a sociedade moderna. É a partir desse entendimento que, tomando-se em conta todas as constantes e variáveis da sociedade, se delimita a estratégia a usar no ataque global ou parcial à sociedade tecnocrática e burguesa. Assim tudo o que há disperso deve ser estruturado e junto num todo coerente. A Revolução é menos a tomada de poder que a sua utilização para a construção da nova sociedade. Esta tarefa imensa não pode ser levada a cabo na desordem dos espíritos e actos. Ela necessita de um vasto trabalho de preparação. É sempre possível agir, é mais difícil triunfar. Sobretudo numa luta contra um inimigo todo-poderoso, maduro, experimentado, que é preciso combater pelas ideias e pela astúcia, que não pela força.