Propugnación de la racionalidad de los brutos
Não sei qual será a posição dos leitores nesta polémica que ocupou os filósofos durante os séculos, nem isso interessa.
Venho apenas partilhar curiosidades. É que lendo a interessantissima "carta apologética" em que Miguel Pereira de Castro Padrão surgiu em socorro da tese do ilustre frade ovetense Benito Jeronimo Feijoo, (este concedia sensibilidade e razão aos nossos irmãos animais) verifiquei que o opúsculo, embora escrito em castelhano e impresso em Lisboa, foi escrito em Évora.
E descasca num pensador francês não identificado que estaria em Beja e teria escrito contra Feijoo, defendendo na senda do mecanicismo de Descartes e Gomes Pereira que os brutos são destituídos de razão (e quiçá de sensibilidade, como era de regra em quem não desligasse a capacidade de julgar da capacidade de sentir).
Não sei bem o que dizia o francês, o certo é que o nosso Miguel Pereira de Castro segue entusiasta na senda de Feijoo, e pugna bravamente pela racionalidade das criaturas.
Pelo meio o autor cita o pensamento do seu amigo Luiz José Pereira, Doutor em Medicina nesta cidade de Évora e que andava a escrever um tratado sobre a "vegetação das pedras", e as opiniões do Padre Franco, Mestre Oratoriano em Estremoz, sobre a alma humana. Muito se filosofava então por estes lados!
E assim se chega ao problema da alma dos brutos...
É melhor ficar por aqui, que o assunto está a complicar-se.
Sublinho no entanto que já tenho visto, tal como o autor, alguns animais obrarem prodígios.
"Aquí en Evora Ciudad, en que escribo, anduvo un Italiano con unos perros que hacían maravillas: parecía que entendían perfectamente lo que su amo les mandaba, o las palabras, porque les imponía el precepto; pues al instante obedecían, y con ladridos noticiaban a su dueño que tendrían pronta obediencia a lo que les ordenaba."
Ainda hoje é assim.
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