Cidadania atenta e exigente
O mau estar e a saturação que tenho mencionado, e que começa a expressar-se de diferentes modos em sectores sociais cada vez mais vastos e habitualmente acomodados, quando não anestesiados pelos ditames do politicamente correcto e pelos controleiros do pensamento, surge ainda de modo inorgânico e emocional, mas surge como um fenómeno cada vez mais sensível e generalizado.
Não estou a referir-me às greves que alastram (essas por enquanto não escapam das mãos dos serventuários do sistema instalado, e convêm a uns, os que estão no governo, e a outros, os seus alternadeiros da falsa oposição, para que tudo continue na mesma).
Estou a pensar por exemplo na iniciativa do Movimento Cidadão Atento, expressão ingénua de insatisfação e revolta, ou na manifestação convocada para amanhã em Lisboa por um grupo de cidadãos, em nome da reivindicação de ordem e tranquilidade públicas e pelo combate à criminalidade - num impulso voluntarista que apesar das preocupações legalistas dos organizadores despoletou de imediato uma onda de reprovação da parte dos detentores do poder mediático e político.
Mais exemplos de como é difícil ultrapassar a barreira da ditadura intelectual vigente, que garante aos que têm certificados de conformidade o exclusivo da praça pública enquanto nega aos reprovados o direito de cidade, impondo a todos o alinhamento ou o silêncio.
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