A cólera dos homens comuns
Por toda a parte o homo vulgaris entra em revolta contra o experimentalismo social e os poderes fácticos que controlam o pensamento e a política nas sociedades ocidentais: os resultados dos referendos em França e na Holanda tiveram ao menos esse significado. As élites votaram sim, o povo foi votar não.
Em Espanha a adesão à manifestação da Associación de Víctimas del Terrorismo já tinha sido um sinal da profunda perturbação que o ideologismo do governo Zapatero instalou na sociedade espanhola.
E para sábado próximo anuncia-se uma mobilização acima de todas as expectativas iniciais para uma nova manifestação em Madrid, esta do Foro Español de la Família, em protesto contra os ataques legislativos à família tradicional (que conferiu prioridade à satisfação de grupos de pressão que lograram atingir um peso político totalmente desproporcionado à sua representatividade numérica no corpo social, como é o caso dos homossexuais). E o mais importante é que o crescente afastamento dos cidadãos em relação ao país institucional se polariza a partir de associações representativas de sectores e de faixas de opinião da própria sociedade, rejeitando o alinhamento no jogo viciado da partidocracia (afastar uns para que outros se sentem, só porque não cabem todos nas cadeiras - mas não mudando uma vírgula nem as ideias nem as políticas).
O homem da rua, afundado na descrença, custa a mexer-se - mas se o faz não é em torno de bandeiras partidárias. Quem quiser entender e agir tem que levar em conta essa nova disposição.
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