Insólito
Os jornais do dia fazem títulos com sondagens sobre as intenções de voto dos portugueses.
Estranhamente, decorridos que são seis meses sobre a tomada de posse de José Sócrates, subsiste um número surpreendentemente elevado que manifesta o propósito de votar nos socialistas. Julgava eu que já não havia nenhum.
O fenómeno é difícilmente explicável, mas estou a tentar entender.
Primeiro, há sempre gente teimosa e que não gosta de dar o braço a torcer. Segundo, também há pessoas de compreensão muito lenta. Terceiro, há a multidão que ocupa os empregos prometidos por Sócrates e seus camaradas. Quarto, há uma chusma de jornalistas e afins.
Tudo visto, afinal percebe-se. Como as sondagens as mais das vezes traduzem-se em telefonar a umas centenas de pessoas, seria muito difícil não apanhar uma boa mão cheia de cidadãos incluídos nestas categorias - mesmo que os telefonemas fossem ao acaso, o que nem sempre sucede (e também é natural, cada um telefona para os números que tem na agenda).
Portanto, é tudo normal. E aqui fica a notícia: os sondadores acertaram numa data de gente que ainda está disposta a votar nos socialistas.
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