quarta-feira, outubro 19, 2005

Postal desabrido sobre Almeida Santos, as culpas e as desculpas

Falando de uma entrevista de Almeida Santos ao "Diário de Notícias" em que este mais uma vez procura fugir às responsabilidades na tragédia criminosa do abandono do Ultramar, o Paulo Cunha Porto chama-lhe o troca-tintas.
Não creio que o epíteto seja o apropriado. Troca-tintas era o sujeito que chamou Cesário Azul ao Cesário Verde. Este sujeito que anda há anos a defender que as culpas são só dos outros (de todos menos dele) num processo em que foi agente activo e entusiasta, e dos principais, não merece adjectivação tão benevolente.
Atente-se na evolução: numa primeira fase, a "descolonização" era exemplar, e o papel de herói era dele (nisto competindo com Soares e Antunes); numa segunda fase a "descolonização" foi a possível, e o mérito ainda lhe cabia (nisto continuando à compita com os outros citados); numa terceira fase, quando já era impossível esconder o desastre com as habituais cortinas de palavras, o que se passou teve aspectos trágicos, como os furacões, mas por um lado era inevitável e por outro as culpas que houve foram dos outros. De todos menos dele - e nesta derradeira tese também se encontrando de novo com o anafado Marocas e o sofrível Major.
Parece-se nisto o Almeida Tantos com o numeroso ajuntamento de pequenos e médios intelectuais e artistas que constituem o séquito do desertor Alegre: todos sempre em uníssono contra os "poderes instalados" e o "clientelismo", e todos há décadas que não vivem de outra coisa senão da mama dos tachos e dos subsídios, chupando nas tetas do Estado sempre à boleia de qualquer estrela da hora - frequentemente mudando de posição conforme a inclinação da gamela. São coelhos para qualquer prado.
E não se fala mais em porcarias. Se o "democrata de Moçambique" A. Tantos quer um certificado de inimputabilidade, deixem-no a falar sozinho. Há crimes que não prescrevem, mas com a idade que tem já não é de esperar que venha a responder por eles.

6 Comments:

At 3:23 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Texto para ler, dar a ler, divulgar, "linkar", imprimir, distribuir.
A verdade nua e crua sobre dois tristes personagens e respectivos apêndices.
Bravo!

 
At 4:10 da tarde, Blogger Flávio Santos said...

Nem mais, três personagens abjectos.

 
At 4:37 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Como lhe disse anteriormente, comecei a ler os seus temas, há pouco tempo.

Gostei muito e vou continuar.

Hoje tentei enviar um post em verso, sobre a desgraça que se abateu sobre o nosso País, para o Blog do Dr. Caldeira e a propósito de UM PATRIOTA como ele o é, ter sido constituído arguido num processo iníquo. A primeira parte saiu lindamente.

Ao tentar enviar a segunda parte, fui interrompida, quando estava JUSTAMENTE a envia-la, pelos que tutelam estes serviços da internet, sob o pretexto de que a mesma continha "erros"!!!

Fiquei abismada! ERROS!! Mas quais erros, sem ser acusar estes políticos que nos TÊM DESGOVERNADO, DESDE HÁ 31 ANOS, cometendo todo o tipo de crimes da mais variada ordem, desde delapidar o Património do País, deixando-o quase exangue, até organizarem-se em rede, para explorarem física e moralmente crianças pobres, orfãs, humildes e inocentes!?!?

Ainda pensei, ingénua como "sou", que poder-se-ia tratar de erros gramaticais, ortográficos ou outros...

Mas depressa recuperei da ingenuidade!
Aliás, se cometesse erros destes, o problema era só meu, òbviamente!

Eles apregoam há 30 anos, que temos "liberdade de expressão" (entre outras "maravilhosas" "liberdades", que nos foram generosamente oferecidas!!!) e por consequência, podemos DIZER TUDO o que quisermos!

Podemos, uma grandessìssima OVA, é que podemos!!!Amplas liberdades tiveram els para destruir o nosso País e destruir a vida, irreversìvelmente, de milhares de crianças que tiveram a horrível sorte de lhes cair nas garras, porque estas criaturas não são humanas, são animais!

Parabéns de novo, por tudo quanto escreve neste Blog.

 
At 4:43 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Peço desculpa de não ter assinado o texto acima, por lapso, pois assino sempre.


Maria.

 
At 11:04 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Lembra muito bem, FG Santos. Já me escapava o 'melro'... - neste caso, são três os traidores!

 
At 9:43 da manhã, Blogger Flávio Santos said...

Para além de tudo o resto, é imperdoável o que o biltre declarou em 25 de Novembro de 1975 (e já nem falo do «papel indispensável do PCP na construção da democracia portuguesa») sobre Cabinda fazer «parte integrante da República Popular de Angola», à revelia do tratado de Simulambuco. Mais um crime abrilino

 

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