Manobras
O PS é hoje o partido dos PCs que escolheram subir na vida.
Foi basicamente isso que me ocorreu ao ler neste fim de semana, sem surpresa, as notícias sobre os ensaios frustrados de substituir de golpe o actual Procurador Geral da República pelo jurista Rui Pereira.
Bate certo, inteiramente, com o que já aqui escrevi sobre a figura do jurista, perdão, do político de reconhecido mérito.
Rui Pereira tem servido para ser nomeado pelo PS para quase tudo, porque não serviria para PGR?
Ele e a esposa, a Conselheira Fernanda Palma ( - conheci-os mais novinhos, e menos importantes).
Enfim, de Pina Moura a Mário Lino, de José Magalhães a Vital Moreira... se os outros comem à tripa forra porque havemos nós de ficar a ver?
O mais engraçado quanto a esta notícia foi o desmentido de Sócrates. Foi o que se pode chamar desmentir confirmando. Quando interpelado respondeu enfaticamente que o governo nunca propôs a substituição de Souto Moura (o que nunca tinha sido dito por ninguém, na verdade só apresentaria a proposta se as sondagens dessem positivo) e que portanto mantém a confiança nele (o que é mera semântica protocolar).
José Souto de Moura está portanto condenado a ficar até final do mandato, se nada de anormal acontecer. Entretanto, e dado o pouco tempo que falta, irão decorrendo tão discretamente como possível as manobras para a designação do sucessor (evidentemente muita coisa está em suspenso até ser conhecida a identidade e a disposição do novo PR).
Para já, parecem ter sido ultimamente queimadas duas hipóteses muito sérias: José Luís Lopes da Mota e Rui Carlos Pereira. Sinal seguro de que alguém poderoso lá em cima não gosta deles. Não necessariamente o mesmo alguém.
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