Limpezas étnicas
No entanto, vá lá saber-se porquê, apesar da actualidade do tema limpeza étnica esse exemplo praticamente nunca é referido.
Trata-se no entanto de algo incontroverso: não eram regiões remotas e desconhecidas, nem os seus habitantes eram estranhos marcianos. Estavam ali, bem na Europa, e eram regiões "centrais" na História europeia desde há muitos séculos.
Koenigsberg, a orgulhosa cidade dos cavaleiros teutónicos, pátria de Emanuel Kant, teria feito 750 anos em 2005 (foi fundada em 1255).
De repente, em poucos meses de 1945, pode tão só constatar-se (enquanto não for proibido) que as suas populações desapareceram. E foram substituídas por vagas de novos povoadores. Foi assim na Pomerânia, na Silésia, da Prússia Ocidental, mas sobretudo na Prússia Oriental.
Sobretudo na Prússia Oriental, onde praticamente não restou ninguém.
Acontece que as populações dessas regiões, de acordo com todas as fontes, nunca poderiam ser inferiores em número a 12 ou 13 milhões de habitantes, até 16 milhões seguindo outros critérios.
A impressão que tenho é que as limpezas étnicas só são motivo de escândalo quando são mal feitas; se forem perfeitas, isto é limpezas completas, o assunto esquece.
Ou talvez haja outras explicações, sei lá.
5 Comments:
Haja memória! Um abraço camarada para o Manuel.Poucos mas bons...
Muito interessante análise.
mas já agora, o manuel Azinhal já não nos vai obsequiar com mais umas recordações escritas e visuais dos idos anos do nacionalismo pós-dilúvio abrilista?
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Santa paciência....o genocídio de 12,13 ou 16 milhões (um genocídioa, ainda por cima, de mega-magnitude) é completamente impossível de apagar e esconder.
Completamente.
"as suas populações desapareceram."
Não, não desapareceram e o mistério não é muito grande.
Entraram, em enormes e penosas colunas de refugiados, nos territórias que viriam a constituir a Alemanha do pós guerra.
A maior parte refez a vida em outros locais da Alemanha.
Infelizmente, uma boa parte ficou nos länder do Leste e /ou para trás da Cortina de Ferro.
Logo...
Foi sempre impossível ocultar as 'limpezas étnicas0, por mais 'profissionais' que os executores fossem...quanto mais um genocídio de 12, 13 ou 16 milhões.
Irra!
Não passa pela cabeça de ninguem, muito menos dos alemães descendentes desses, que sabem, e bem, o que aconteceu.
Lançar a suspeição e atirar para o ar é tão fácil...
Não é?
O pior é o resto.
Naquela zona havia milhões de alemães, hoje já não há (foram expulsos à força). Isso não é uma limpeza étnica?
NC
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