Estado-político, Estado-administração
Relativamente ao Estado, este constituía a matéria de um duplo desenvolvimento.
Por um lado, estava na situação paradoxal de ter de exercer a sua autoridade sobre todos os membros da sociedade, quando o seu poder e o seu sufrágio haviam procedido apenas de uma secção dessa sociedade; Noutros termos: o Estado moderno só pode existir graças a um certo consenso da maioria dos membros da sociedade, ainda que proceda, por meio dos partidos em acção, de uma certa ruptura desse mesmo consenso.
Por outro lado e precisamente para justificar este paradoxo, o Estado desviou-se cada vez mais para fora da esfera da política. Não digo que o Estado já não faça política. A «política de estadistas» está, pelo contrário, mais presente que nunca em todos os níveis da engrenagem de um Governo. Apenas pretendo afirmar, por este mesmo facto, que o Estado não tem já o monopólio da política, e por conseguinte já não é a personificação da essência política. Podemos ver um dos efeitos desta realidade ao observar que os países Ocidentais se tornam cada vez mais «administrativos», esperando recriar, ao nível económico e material, um consenso que já não existe no nível político e ideológico.
De facto, é uma situação verdadeiramente perigosa, pois um Estado que nega o seu próprio princípio (princípio da soberania e da autoridade) para se dedicar principalmente aos problemas económicos e sociais, está mais que nunca sujeito a ser derrotado pelos poderes que se desenvolvem fora dele e contra ele. (Além de que, ao reduzir toda a finalidade social a uma preocupação económica se torna prisioneiro de uma forma inesperada do «princípio do prazer», pois satisfazendo exigências, exclusivamente materiais, em vez de as reduzir, estimula-as e torna-as ainda mais intensas).
Por um lado, estava na situação paradoxal de ter de exercer a sua autoridade sobre todos os membros da sociedade, quando o seu poder e o seu sufrágio haviam procedido apenas de uma secção dessa sociedade; Noutros termos: o Estado moderno só pode existir graças a um certo consenso da maioria dos membros da sociedade, ainda que proceda, por meio dos partidos em acção, de uma certa ruptura desse mesmo consenso.
Por outro lado e precisamente para justificar este paradoxo, o Estado desviou-se cada vez mais para fora da esfera da política. Não digo que o Estado já não faça política. A «política de estadistas» está, pelo contrário, mais presente que nunca em todos os níveis da engrenagem de um Governo. Apenas pretendo afirmar, por este mesmo facto, que o Estado não tem já o monopólio da política, e por conseguinte já não é a personificação da essência política. Podemos ver um dos efeitos desta realidade ao observar que os países Ocidentais se tornam cada vez mais «administrativos», esperando recriar, ao nível económico e material, um consenso que já não existe no nível político e ideológico.
De facto, é uma situação verdadeiramente perigosa, pois um Estado que nega o seu próprio princípio (princípio da soberania e da autoridade) para se dedicar principalmente aos problemas económicos e sociais, está mais que nunca sujeito a ser derrotado pelos poderes que se desenvolvem fora dele e contra ele. (Além de que, ao reduzir toda a finalidade social a uma preocupação económica se torna prisioneiro de uma forma inesperada do «princípio do prazer», pois satisfazendo exigências, exclusivamente materiais, em vez de as reduzir, estimula-as e torna-as ainda mais intensas).
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