quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Instantâneo

Os jornais dizem que o desemprego em Portugal atingiu números recordes: atingimos os 620.00 desempregados.
Os mesmos também já tinham tornado público que os bancos portugueses encerraram o ano que passou com lucros recordes.
Como se pode ver, deve ser injustificado o sentimento de pessimismo que muitos sentem em relação à situação: batemos recordes, e tudo indica que continuaremos no mesmo caminho.
É verdade que o actual governo foi eleito com base, entre outras, na promessa repetida da criação de 150.00o novos empregos.
Mas quem haverá para lhe cobrar a promessa?
A direita que temos e a esquerda que temos estão perfeitamente domesticadas. Atiram-lhes uns ossos e elas aí andam, contentinhas e a rosnar de satisfação.
Por estes dias andam entretidas a remoer a liberdade de expressão, o islamismo, a globalização, o choque de civilizações, o casamento dos homossexuais, e outros temas igualmente elevados.
O Irão e a Dinamarca têm sido muito falados.
O Zé e a Maria, falados de passagem em algumas campanhas eleitorais recentes, é que estão de todo afastados do campo das preocupações, e não se prevê que voltem a fazer parte da agenda.

2 Comments:

At 12:55 da tarde, Blogger C said...

Nem mais!... e mais uma vez o «"escol" português trai ou cede, sistematicamente, durante as grandes crises», é a cartilha que já devemos saber.
Quanto a dar primazia aos interesses e desígnios nacionais, é mentira.
In www.passaleao.blogspot.com

 
At 1:38 da tarde, Blogger Bruno Santos said...

Os prometidos 150.000 novos empregos estão mesmo à mão de semear. Tem é que se começar por algum lado. Desde logo, aprendendo com os maiores. Informa o nosso amigo FG Santos que 30.000 funcionários chineses "asseguram a censura da internet 24 horas por dia, 7 dias por semana". Tudo com o apoio prestimoso das grandes companhias do sector: Microsoft, Yahoo, Google. Ora, aqui tem o Executivo socialista uma forma de empregar, para começar, 20% dos 150.000 Zés e Marias desempregados. Já é qualquer coisa. Trinta mil "técnicos especializados", com formação paga pela UE, para catar as palavrinhas molestas. Um fabiano escreve "holocausto" — e aí vem logo uma equipa de 50 "técnicos especializados" com 'apagadores' informáticos. Podemos alcançar até o extremo do requinte censório: para além das palavrinhas, o «sistema» controlará a pesquisa e publicação de imagens. Imagine-se uma fotografia horrenda em que um tipo de mau aspecto aparece de braço ao alto e botas cardadas. Graças ao esforço da equipa da Irreal Mesa Censória, quando o navegante abrir a página — irá deparar com um rapazinho elegante e promissor, sem bigode nem botas, mas de fato e gravata, o olhar tranquilo e democrático, a recitar o seu rosário de Ave-Marias e Pai-Nossos, com o Relatório e Contas debaixo do braço.
Criemos, pois, um Banco de Controlo de Palavras, um serviço informático e censório, uma coisa moderna e arejada, para acompanhar os tempos e dar emprego à rapaziada mais ociosa.

 

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