terça-feira, fevereiro 21, 2006

Telegrama sobre nações e nacionalismo

A nação é, tão só, a comunidade política mais perfeita, ou menos imperfeita, que se conhece. Creio que foi o velho Maurras que se exprimiu mais ou menos assim. Compreende-se por isso a relação dela com o universal: é o seu espelho mais chegado. É o nosso universal. Nada a substituiu ainda, e não sei de algo que se perfile para a substituir. A verdade, neste tempo que é o nosso, é que nunca a nação foi tão desvalorizada entre a intelectualidade e a opinião publicada: mas simultaneamente todos os que não têm batem-se fortemente para a ter. A luta contra as velhas nações é sempre acompanhada pela afirmação, mesmo violenta, de ficções que vão desde a Nação-Europa às micro-nações desagregadoras, umas inventadas de fresco e outras recuperadas das profundezas da história.
E se isso acontece no nosso mundo, eurocêntrico, como não constatar que as mais vastas porções da humanidade, em África, na Ásia, ou por todo o mosaico islâmico, parecem atingir agora a "era das nações", elas cujos povos nunca tinham conhecido essa forma? (Cabe aqui observar que as nações pertencem realmente ao domínio da construções humanas, das realizações do homem na história, não constituindo factos da natureza, como parecem pensar alguns tolos).
Tudo ponderado, este quadro significará a obsolescência ou a vitalidade da Ideia Nacional?
Fica à consideração dos Ilustres Engenheiro e Jansenista.

1 Comments:

At 10:38 da manhã, Blogger o engenheiro said...

Obrigado Manel.

 

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