Ilusionismos, ou o desmantelamento do país restante

Como diz o Prof. Soares Martinez na sua crónica de hoje n' "O Diabo", "os povos assumem, frequentemente, a posição dos espectadores em face dos ilusionistas. Olham para o que eles exibem e não para o que escondem."
Por aqui se explica o êxito momentâneo da representação do actual Primeiro-Ministro, que, à míngua de qualquer projecto nacional mobilizador ou de qualquer projecto de construção, se vai notabilizando pelos anúncios dos encerramentos.
Fecham os centros de saúde e as maternidades, fecham as escolas e os postos policiais, fecham as repartições de finanças e os notários, fecham os quartéis e as fábricas, fecham as comarcas, as freguesias e os concelhos. E o pessoal embasbacado a ver, na expectativa do que irá sair da cartola.
Se persistisse o uso de cognome em quem nos rege, não seria descabido crismar o Príncipe de Sócrates, o Extintor.

Resta esperar para ver o que persistirá em todo o interior do país, ou quem poderá continuar a fazer aí a sua vida ao fim de tantas e tão enérgicas medidas extintoras.

Em sítios onde não se pode nascer, nem trabalhar, nem morrer, quem e para quê poderá continuar a viver?