sábado, maio 13, 2006

A crise da Igreja Católica

No jornal romano anti-modernista "Sim Sim Não Não" encontrei um interessante estudo sobre o fenómeno a que se vem chamando a crise da Igreja Católica, e que superficialmente se sinttiza assim:
"De um ponto de vista puramente descritivo, parece-nos poder enumerar os traços mais visíveis da crise atual do seguinte modo:
1 — Forte diminuição das vocações religiosas, seminários e conventos esvaziando-se em massa (caindo em ruínas ou sendo vendidos a agências imobiliárias, que às vezes os põem abaixo para construir conjuntos residenciais).
2 — Anarquia substancial em toda a Igreja visível, onde a autoridade não é exercida efetivamente, nem na alta hierarquia nem na baixa. Se a autoridade é exercida, ela é contestada, ou no mínimo poucos a seguem. A impressão geral é de que as declarações do Magistério (feitas em geral timidamente, num tom de convite cordial) não mudam nada em nada; que a maioria das conferências episcopais e dos eclesiásticos continuam a se governar segundo suas idéias próprias em inúmeras questões.
3 — Anarquia substancial no domínio da liturgia, onde abundam a criatividade, a espontaneidade, as “missas ecumênicas”, a “intercomunhão” com os membros das seitas protestantes e ortodoxos et similia.
4 — Ignorância do clero em teologia e doutrina.
5 — Relaxamento da moral no clero, fenômeno sabiamente amplificado pela mídia, mas que não podemos negar.
6 — Ignorância dos fiéis, algumas vezes inutilmente instruídos sobre questões de exegese tão complicadas quanto artificiais, e que muitas vezes não sabem nem o “Pai Nosso”.
7 — Igrejas cada vez mais vazias (caindo elas também em ruínas ou vendidas) e queda vertical na freqüência aos Sacramentos (a confissão sacramental parece ter desaparecido completamente).
8 — Corrupção generalizada da moral nas nações antigamente católicas, conseqüência da predominância em massa do hedonismo e do materialismo, do indiferentismo material e religioso. Essa corrupção engendra a crise da família, cujo modelo não é mais o modelo católico. Ela vem sendo substituída pela família divorcista, a família “de fato”, a família “monoparental” e até a família “homossexual”.
9 — Avanço em massa das piores seitas protestantes (das Testemunhas de Jeová aos Mórmons, aos Pentecostistas e aos Carismáticos), do islamismo, do budismo, de todos tipos de esoterismo, do ateísmo. A cada ano um número impressionante de católicos apostata, sem falar daqueles que não apostatam, mas vivem fiando-se mais nos astrólogos e videntes do que na verdadeira fé, ou então, que vegetam no total indiferentismo.
10 — Pressão sempre forte do movimento inovador no seio da Igreja, amplamente tolerado por uma parte do episcopado e apoiado pela imprensa democrática mundial. Esse movimento gostaria de impor a ordenação das mulheres, o casamento dos padres, talvez também a ordenação de homossexuais, o acesso dos divorciados e “recasados” a certos sacramentos. Gostaria também de impor uma direção efetivamente colegial à Igreja (reedição da colegialidade anterior) e um ecumenismo ainda mais forte que o atual.
"

Conclui o estudo que este é " o quadro geral da Santa Igreja visível na sua atualidade. Dizer que ele é desolador seria pouco.
Convidamos os nossos leitores a ler com atenção as reflexões em causa. Creio que um dia se tornará evidente a importância crucial desta "crise da Igreja Católica" para compreender tudo o resto (tudo aquilo que nos ocupa e preocupa nas sociedades em que vivemos, e constitui tema habitual de atenção para os leitores).
Encontra-se no sítio da editora Permanência, no espaço reservado ao jornal Sim Sim Não Não.

3 Comments:

At 4:04 da tarde, Blogger Vítor Ramalho said...

Hoje em Fátima o Bispo criticou o comunismo ateu e o capitalismo.
Ainda vai ser excomungado.

 
At 6:54 da tarde, Blogger Miles said...

Conciso e preciso. Muito bom!

 
At 3:28 da manhã, Blogger acja said...

Bastante preciso, sem dùvida uma análise correta.
Resta-nos esperar que a autoridade Papal se restabeleça e ponha a Igreja no caminho correto.

 

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