Tempos modernos
Uma notícia das mais interessantes dos últimos dias foi indiscutivelmente a das falsificações das assinaturas proponentes da candidatura de José Alberto Pereira Coelho no PSD.
Não só pelos acontecimentos em si, mas também pelo modo displicente e ligeiro com que foram apresentados pelos meios de comunicação social.
O tratamento noticioso foi o reservado normalmente aos conteúdos de circunstância, inseridos em tom corriqueiro e banal na segunda linha dos noticiários.
Há temas assim, que são notícia mas não são novidade. O render da guarda no Palácio de Belém, a audiência papal das quartas-feiras, o anti-ciclone nos Açores...
A indiferença dos noticiários diz tanto sobre a degradação dos hábitos políticos em Portugal como os próprios factos acontecidos.
Numa eleição para a liderança do maior ou segundo maior partido nacional foi-se a ver da autenticidade das assinaturas que propunham um candidato e foi um tropeçar em assinaturas falsas, não duas ou três, mas muitas centenas, que incluíam até gente morta e mesmo alguns dos verificadores...
Dadas as dimensões do caso, e a forma como se processou, não é possível deixar de observar que quem agiu assim não foi um indivíduo solitário que o fez de forma esporádica, escondida e envergonhada - ao contrário, foram as hostes de uma candidatura que procederam descontraidamente como estão habituadas a fazer e a ver fazer, falsificando assinaturas às centenas, provavelmente em animados e improvisados grupos de trabalho reunidos apressadamente nas sedes partidárias em volta de listas desactualizadas de militantes.
Estamos perante a vida partidária em todo o seu esplendor - mas em plena habitualidade. Aquela gente reproduziu o que aprendeu e é costume.
Acontece que abusar deste modo da assinatura de outrem constitui crime, evidentemente. Ninguém, de entre tantos que organizaram os dossiers da candidatura, terá ficado perturbado com esse contributo para a criminalidade em larga escala.
E entre o pessoal da nossa imprensa o assunto também não causou emoção. As coisas são assim. É a vida.
Não só pelos acontecimentos em si, mas também pelo modo displicente e ligeiro com que foram apresentados pelos meios de comunicação social.
O tratamento noticioso foi o reservado normalmente aos conteúdos de circunstância, inseridos em tom corriqueiro e banal na segunda linha dos noticiários.
Há temas assim, que são notícia mas não são novidade. O render da guarda no Palácio de Belém, a audiência papal das quartas-feiras, o anti-ciclone nos Açores...
A indiferença dos noticiários diz tanto sobre a degradação dos hábitos políticos em Portugal como os próprios factos acontecidos.
Numa eleição para a liderança do maior ou segundo maior partido nacional foi-se a ver da autenticidade das assinaturas que propunham um candidato e foi um tropeçar em assinaturas falsas, não duas ou três, mas muitas centenas, que incluíam até gente morta e mesmo alguns dos verificadores...
Dadas as dimensões do caso, e a forma como se processou, não é possível deixar de observar que quem agiu assim não foi um indivíduo solitário que o fez de forma esporádica, escondida e envergonhada - ao contrário, foram as hostes de uma candidatura que procederam descontraidamente como estão habituadas a fazer e a ver fazer, falsificando assinaturas às centenas, provavelmente em animados e improvisados grupos de trabalho reunidos apressadamente nas sedes partidárias em volta de listas desactualizadas de militantes.
Estamos perante a vida partidária em todo o seu esplendor - mas em plena habitualidade. Aquela gente reproduziu o que aprendeu e é costume.
Acontece que abusar deste modo da assinatura de outrem constitui crime, evidentemente. Ninguém, de entre tantos que organizaram os dossiers da candidatura, terá ficado perturbado com esse contributo para a criminalidade em larga escala.
E entre o pessoal da nossa imprensa o assunto também não causou emoção. As coisas são assim. É a vida.
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