sexta-feira, junho 23, 2006

Feira de São João

Hoje lá começa para todos os eborenses, melancolicamente, mais uma edição da secular Feira de São João.
Cada ano em apresentação mais miserabilista do que a anterior, de novo e ainda acantonada no terreiro do Rossio de São Brás, mera versão institucional do popular mercado mensal mas sem o vigor e a agitação deste, que o bulício de ciganos e tendeiros sempre vai animando, em contraste com o ar resignado e sorumbático das barracas de presença das associações e organismos da cidade arrebanhados à pressa para não deixarem o espaço da grande feira ainda mais vazio.
Desculpem o mau jeito, mas nestas ocasiões não posso deixar de sentir ainda mais aguda aquela sensação de que a cidade estagnou, parou no tempo, ficou esquecida pelos outros e esqueceu-se de si mesma.
Desculpem o desencanto, mas nestas alturas não é possível deixar de reparar na paralisia que aflige a cidade...
Sobre as incapacidades políticas que estão presentes na situação apontada tem falado incansavelmente o Mais Évora - de um modo tão eloquente que até agora não permitiu sequer um esboço de resposta, que não seja o mero reflexo de quem estrebucha sem encontrar razões para opor ao adversário e não resiste à tentativa baixa de desqualificação deste.
Por mim, dispenso-me de análises, diagnósticos e terapêuticas. Queria só deixar o lamento.