Feira de São João
Hoje lá começa para todos os eborenses, melancolicamente, mais uma edição da secular Feira de São João.
Cada ano em apresentação mais miserabilista do que a anterior, de novo e ainda acantonada no terreiro do Rossio de São Brás, mera versão institucional do popular mercado mensal mas sem o vigor e a agitação deste, que o bulício de ciganos e tendeiros sempre vai animando, em contraste com o ar resignado e sorumbático das barracas de presença das associações e organismos da cidade arrebanhados à pressa para não deixarem o espaço da grande feira ainda mais vazio.
Desculpem o mau jeito, mas nestas ocasiões não posso deixar de sentir ainda mais aguda aquela sensação de que a cidade estagnou, parou no tempo, ficou esquecida pelos outros e esqueceu-se de si mesma.
Desculpem o desencanto, mas nestas alturas não é possível deixar de reparar na paralisia que aflige a cidade...
Sobre as incapacidades políticas que estão presentes na situação apontada tem falado incansavelmente o Mais Évora - de um modo tão eloquente que até agora não permitiu sequer um esboço de resposta, que não seja o mero reflexo de quem estrebucha sem encontrar razões para opor ao adversário e não resiste à tentativa baixa de desqualificação deste.
Por mim, dispenso-me de análises, diagnósticos e terapêuticas. Queria só deixar o lamento.
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