Novamente as assinaturas da folha de presenças na Assembleia
Na sua edição de hoje o Correio da Manhã traz uma interessante notícia que torna oportuna nova chamada de atenção sobre a questão das assinaturas dos senhores deputados na folha de presenças na Assembleia da República (recordo que há algum tempo atrás eu comentei o assunto, mas sem ser o atento Do Portugal Profundo ninguém deu muita importância a estas insignificâncias).
Diz o Correio da Manhã que:
"Queres que assine por ti a folha de presenças? Ascenso"
Esta mensagem escrita foi enviada, na tarde de 23 de Abril de 2003, pelo actual secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, ao então colega da bancada parlamentar socialista Paulo Pedroso.
O registo consta de um exame pericial da Polícia Judiciária ao telemóvel de Pedroso.
Segundo os serviços da Assembleia da República (AR), “o sr. deputado Paulo Pedroso esteve presente na reunião plenária de 23 de Abril de 2003”.
Diz o Correio da Manhã que:
"Queres que assine por ti a folha de presenças? Ascenso"
Esta mensagem escrita foi enviada, na tarde de 23 de Abril de 2003, pelo actual secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, ao então colega da bancada parlamentar socialista Paulo Pedroso.
O registo consta de um exame pericial da Polícia Judiciária ao telemóvel de Pedroso.
Segundo os serviços da Assembleia da República (AR), “o sr. deputado Paulo Pedroso esteve presente na reunião plenária de 23 de Abril de 2003”.
Ora bem: eu estranho alguma insuficiência do trabalho do Correio da Manhã. Com efeito, as intercepções às comunicações telefónicas costumam incluir as recebidas e as enviadas pelo número interceptado. O que significa que onde foi registada essa mensagem para Pedroso deve encontrar-se também a resposta dele. E tais intercepções costumam ser pedidas incluindo também os registos de trace-back e a localização celular do aparelho. Portanto, quem teve acesso aos registos onde consta a mensagem transcrita também poderia ver no mesmo local, com toda a probabilidade, a zona geográfica onde se encontraria o deputado Paulo Pedroso nessa tarde.
De qualquer forma, parece improvável que estivesse em São Bento: que sentido faria então a mensagem de Ascenso Simões?
O que é certo é que não se afigura difícil provar que estava ou não estava: aquilo está cheio de câmaras de vigilância. E penso que também seja fácil à investigação descobrir onde estava efectivamente, mesmo sem ser pela localização celular do telemóvel.
Temos, portanto, um caso para o Ministério Público. Trata-se de um crime público, a falsificação prevista e punível pelo art. 256º do Código Penal, pelo que o procedimento não depende de queixa: havendo notícia do crime compete ao Ministério Público abrir inquérito e investigar.
Ao primeiro olhar afigura-se que estaremos perante um eventual crime de falsificação consumado em co-autoria pelos suspeitos Ascenso Simões e Paulo Pedroso.
Para quando a constituição como arguidos?
P. S. (quer dizer post-scriptum): esta notícia trouxe-me de novo uma interrogação já antiga. Se os senhores deputados tratam com tanta ligeireza até às suas assinaturas, como querem que a gente dê importância às suas palavras?
7 Comments:
Manuel
Obrigado pela referência. Mas foi aqui que soube do costume dos deputados assinarem pelos outros quando não vão...
A explicação do próprio Ascenso Queres-Que-Assine-Por-Ti Simões é patética de tão significativa da imunidade.
Aliás, pergunto-me se as assinaturas passassem a ser obrigatórias serem feitas pelos próprios no dia respectivo, a Assembleia manteria pessoas tão ocupadas como alguns são.
Já o trace-back do telemóvel de Pedroso, sobre o qual não há notícia que se tenha mandado fazer sobre nas datas dos crimes de pedofilia de que foi acusado, daria provavelmente um resultado favorável. Era possível que estivesse em Lisboa nesse dia.
A pergunta parece sugerir um costume. Convinha ouvir Pedroso.
Mais grave ainda a desfaçatez de Simões porque enquanto secretário de mesa da Ar era o responsável pelo registo de presenças...
É uma vergonha.
Que corja!!! A palavra vergonha já saiu do dicionário? Cáspite!!!
Um abraço,
Francisco Nunes
Não se esqueçam que, quem paga ao Ministério Público, à Policia Judiciária, e ao SIS, é o Estado; não é preciso dizer mais nada - pois não!
Como é queo meu país não há-de estar como está com esta cáfila de trapaceiros no poder?
A cáfila faz apenas o que lhe mandam.
Desde a bancarrota dos anos 30 que os nossos belos países europeus e os eua foram vendidos pelos governos de então 'a banca mundial...
A banca ~e a dona de nós e nós meros servos da gleba que estamos a ser enxotados para outras paragens. e ca vamos emigrando...
gado humano...
Best regards from NY!
» » »
Enviar um comentário
<< Home