Timor e o Estado: apontamento de Ciência Política
Os acontecimentos de Timor parecem confirmar que em muitas situações limite um Estado corresponde a uma necessidade básica, tão fundamental como o arroz ou a água potável.
No caso, tudo indica que se a sociedade e o povo timorenses fracassarem na dura tarefa de edificação de uma Nação e um Estado (o que se situa no domínio do difícil, não estando certamente nos dados da natureza) o que de imediato se instalará ali será o quadro clássico hobbesiano: bellum omnium contra omnes, a guerra de todos contra todos - descendo dos livros para o terreno da vida.
Depois, como se aprende na física, funcionará o horror ao vazio: a ausência será inevitavelmente preenchida pelo poder que se apresentar em condições de o fazer.
Um poder inevitavelmente estatal, protagonizado por um dos dois grandes vizinhos (não há muitas escolhas). Afastada a Indonésia, a tutela recairá na Austrália.
Vendo bem, há razões para pensar que só mesmo teóricos europeus, falando de barriga cheia, podem encarar o Estado como um apetrecho artificial e dispensável.
Por cá, o que se discute, bem vistas as coisas, são sempre as funções e as dimensões do Estado. O essencial está adquirido.
Mas lá, onde um Estado é ainda uma meta distante e nada garantida - e se apresenta angustiosamente como um pressuposto de tudo o resto, a paz, o pão, a habitação, a segurança, a ordem mínima necessária à vida das gentes - não há dúvida que quem surge como absolutamente artificial e dispensável são os teóricos que por aqui peroram sobre a inutilidade do Estado.
No caso, tudo indica que se a sociedade e o povo timorenses fracassarem na dura tarefa de edificação de uma Nação e um Estado (o que se situa no domínio do difícil, não estando certamente nos dados da natureza) o que de imediato se instalará ali será o quadro clássico hobbesiano: bellum omnium contra omnes, a guerra de todos contra todos - descendo dos livros para o terreno da vida.
Depois, como se aprende na física, funcionará o horror ao vazio: a ausência será inevitavelmente preenchida pelo poder que se apresentar em condições de o fazer.
Um poder inevitavelmente estatal, protagonizado por um dos dois grandes vizinhos (não há muitas escolhas). Afastada a Indonésia, a tutela recairá na Austrália.
Vendo bem, há razões para pensar que só mesmo teóricos europeus, falando de barriga cheia, podem encarar o Estado como um apetrecho artificial e dispensável.
Por cá, o que se discute, bem vistas as coisas, são sempre as funções e as dimensões do Estado. O essencial está adquirido.
Mas lá, onde um Estado é ainda uma meta distante e nada garantida - e se apresenta angustiosamente como um pressuposto de tudo o resto, a paz, o pão, a habitação, a segurança, a ordem mínima necessária à vida das gentes - não há dúvida que quem surge como absolutamente artificial e dispensável são os teóricos que por aqui peroram sobre a inutilidade do Estado.
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